segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Devocionais diários - Um ano com C. S. Lewis


No próximo ano, Lari, Priscila, Giuseppe e eu decidimos ler e compartilhar com vocês as nossas impressões sobre alguns Devocionais Diários de nossa Biblioteca. Para quem não conhece, Devocionais Diários são aqueles livros que contêm pequenas leituras inspirativas para cada dia do ano (geralmente de meia a uma página) como proposta de reflexão e aprendizado. Trata-se de um gênero clássico na literatura cristã. Os Devocionais Diários não são, de forma alguma, substitutos da leitura da Palavra, mas devem ser encarados como material complementar para a reflexão cotidiana. 

O livro escolhido por mim foi Um ano com C. S. Lewis: leituras diárias de suas obras clássicas organizado a partir dos escritos originais de C. S. Lewis e com tradução de Patrícia Klein. Eu, como sabem os leitores mais assíduos, tenho uma grande predileção pelos escritos do autor das Crônicas de Narnia e tive o privilégio de resenhar três de seus livros neste blog: O Peso de Glória, Anatomia de uma Dor e Oração: Cartas a Malcolm. Por isso, estou bastante empolgado em ler esse livro. Futuramente, farei uma resenha mais detalhada do livro e, quem sabe, ao longo do ano, compartilharei algumas das leituras com vocês. Por enquanto, segue abaixo o prefácio especial feito para edição brasileira por Russell Shedd:

"O LEITOR QUE lê pela primeira vez um escrito de C.S. Lewis tem a agradável surpresa de descobrir a criatividade de um homem que foi professor de filosofia em Oxford e de literatura em Cambridge. Ele tinha um dom extraordinário para tratar temas cristãos profundos com simplicidade e perspicácia, enquanto conduzia os pensamentos por caminhos nunca trilhados. É impossível ler esse mestre sem perguntar: “Por que eu não pensei nisso antes?”
Em 1961 fui para Cambridge a fim de pedir ao professor Lewis que me concedesse o privilégio de publicar algumas de suas obras em português. Não consegui falar diretamente com ele, pois não estava em casa naquela ocasião. Porém, foi possível lançar, com seu consentimento, pela Edições Vida Nova, as obras Cartas do Inferno, Razão do Cristianismo e Transposição (hoje, Peso de Glória). Demorou para a fama de C.S. Lewis conquistar um número significativo de leitores no Brasil nos anos 60. Hoje não é mais assim. Lewis é conhecido porque, pouco a pouco, os brasileiros passaram a entender o que o mundo de fala inglesa já conhecia há cinqüenta anos.
Neste livro, em doses fáceis de digerir, o leitor poderá logo compreender por que Lewis é conhecido como um dos mais influentes pensadores de sua geração. Ele é lógico, coerente e sábio. Sem ser teólogo profissional, escreve sobre teologia, história, literatura, ética e psicologia, sempre com o intuito de conduzir o leitor a pensar e querer melhorar. Sessenta anos atrás era completamente fora de moda escrever sobre o Tentador, como Lewis fez nas Cartas para chamar a atenção dos ingleses sobre a sutileza do Diabo. Hoje, mais do que nunca, é preciso observar como o Inimigo pensa e age.
A editora Patricia Klein foi feliz na idéia de apresentar uma coleção de parágrafos para leituras diárias e, assim, permitir ao leitor fazer uma refeição leve. Ler um livro inteiro às vezes dá indigestão, mas, em pequenas doses, a leitura pode se tornar mais sugestiva e agradável. Pode-se saborear o pensamento sem imediatamente abrir espaço para uma outra idéia. Algumas pessoas tomam vitaminas em forma de pílulas para fortalecer a saúde. Ler diariamente um parágrafo de Lewis seguramente fará muito bem para a saúde mental e espiritual, e fortalecerá o caráter cristão.
Recomendo Um Ano com C.S. Lewis sem reservas. Felicito a Editora Ultimato pela iniciativa de preparar, para os leitores de fala portuguesa, este importante e belo volume.
A Deus toda a glória!
Russell Shedd"


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

"A Cabana", de William P. Young

Por Roberto Torres Hollanda

Um romance, escrito em 2005 por um vendedor profissional, William P. Young, e publicado em 1º. de maio de 2007 por dois ex-pastores, Wayne Jacobsen e Brad Cummings, no qual foram gastos 300 dólares para sua divulgação, que entrou em oitavo lugar na lista dos livros mais vendidos, organizada pelo “USA Today” (01 mai 2008), tem alvoroçado cristãos aficionados da literatura religiosa.

O propósito do autor de “The Shack” (A Cabana) era atingir as pessoas “espiritualmente interessadas”; no início, seus seis filhos. As editoras religiosas julgaram o tema do livro muito polêmico; as profanas, muito piegas. Por isso, Cummings e Jacobsen resolveram criar uma editora (“Windblown”, Califórnia, EUA) para publicar o livro. Em maio de 2008 já tinham sido impressos mais de 800 mil exemplares.

Um especialista do mercado editorial afirmou que o público não estava interessado na ortodoxia teológica, mas no impacto emocional causado pelo romance.

Apenas um ano depois de publicado, “A Cabana” era o no. 1 da lista do “The New York Times” (08 jun 08), com mais de um milhão de exemplares vendidos.

Alguns líderes cristãos acusaram “A Cabana” de ser um livro herético.

Mas Eugene Peterson, exageradamente, comparou “A Cabana” com “O Peregrino”, de John Bunyan.

Raras vezes aconteceu tanta celeuma a respeito de ficção religiosa; nas Igrejas, tamanho interesse por um livro profano. Incontestavelmente, o romance capturou a imaginação de muitos leitores, católicos, protestantes, evangélicos e ateus.

A revista “Christianity Today” (10 jul 08) considerou-o não provávelmente herético, mas certamente incomum ao tratar da doutrina da Santíssima Trindade, debatida desde o tempo de Tertuliano (155-222). Young retrata as Pessoas da Trindade assim: Deus é uma mulher afro-americana; Jesus é um carpinteiro do Oriente Médio; o Espírito Santo é uma mulher asiática. 

 “The Washington Times” (07 ago 08) preferiu dizer que “A Cabana” é um romance não-ortodoxo, dirigido a cristãos desencantados com as Igrejas. Já atingia dois milhões de exemplares vendidos. Young disse que o livro tinha tornado Deus “acessível às multidões” (sic). Na verdade, Deus passava a ser visível e parte da Criação, porque assumiu um corpo físico, que, aliás, tinha a aparência de mulher. Cummings achava que “o público quer textos espirituais e está cansado de pregações”. 

 Mark Driscoll, pastor de uma megaigreja em Seattle, considerou o livro (http://videos.gospelmais.com.br/ - http://pagels.teamexpansion.org/) herético em relação à Santíssima Trindade. 

Em agosto de 2008, o livro foi lançado no Brasil pela “Sextante”; já no dia 27 desse mês entrou na lista dos mais vendidos. O cronista literário da “VEJA” (08 out 08) assinalou o fato de que livros de ficção estavam oferecendo “até comunicação direta com Deus”, não se contentando “em distrair o leitor nas horas vagas”. Formalmente, é um romance, mas serve “para consolar o leitor”. Em “O Diário de um Mago”, de Paulo Coelho, o leitor tinha uma história de iniciação esotérica. Em “A Cabana”, o leitor pode prescindir das Igrejas, sejam quais forem, e dos teólogos. Na revista, Young, pelo menos desde a edição de 24 fev 2010, esteve no topo da lista; nela permanecia durante as últimas 80 semanas consecutivas! 

 O romancista metido a teólogo esteve no Brasil em outubro de 2008; o comentarista da “VEJA” disse que “a heresia compensou” ... Quando chegou a Curitiba (PR) Young soube que quatro milhões de exemplares estavam espalhados pelo mundo. A “Gazeta do Povo” (29 out 08) revelou que Young acredita na Santíssima Trindade, mas não tem religião; sua vida (ou a vida de “Mack”, o protagonista do romance) teve duas crises: quando passou a duvidar de tudo e quando encontrou, na cabana, Deus, Jesus e o Espírito Santo – e repensou tudo. 

 Compramos, em Brasília, no dia 08 de abril p. p., nosso exemplar do livro, cuja venda talvez tenha ultrapassado a marca dos 10 milhões, traduzido para mais de 30 idiomas. 

 No livro, Young tenta (a partir da página 70), a seu modo, responder a questões cruciais do relacionamento do homem com a Trindade. Suas conversas (a partir da p. 76) são muito irreverentes, esquisitas, heréticas e anti-bíblicas. Basta dizer que “Deus” e o “Espírito Santo” revelam a Young que tinham assumido, no passado, a forma humana (p. 89). Por sua vez, “Jesus” não tinha qualquer poder (p. 90) em Si mesmo, mas declara-se como “o melhor caminho”. “Deus” não quer punir os pecadores (p. 109), mas a Bíblia (II Timóteo 4: 8; Hebreus 12: 23; Tiago 5: 9) diz que Deus Pai é juiz. Para Young, existe absoluta igualdade na autoridade das Pessoas da Trindade e submissão dessas Pessoas ao ser humano; isto pode levar à idolatria (p. 114). O protagonista parece surpreso com o universalismo de Deus Pai, pronto a receber e reconciliar-se com todos os pecadores. Young reanima o Modalismo do século 4 e nega a hierarquia entre as Pessoas da Trindade. 

 A Igreja cristã, desde os seus primórdios, tem discutido sobre a Trindade; sua teologia é bem diferente das conversações dos personagens de Young. 

 Parece que, entre os 10 ou mais milhões de leitores de “A Cabana”, muitos são evangélicos. Pelo menos, acessando vários blogs, encontramos evangélicos postando mensagens simpáticas ao romance e à ideologia de Young. “A Cabana” não introduziu nas mentes dos evangélicos, mas, certamente, está popularizando essa ideologia. É, inegavelmente, um livro de leitura insinuante e sedutora. Leitor, cuidado! 

 Young e seus admiradores podem alegar que “A Cabana” é mera obra de ficção. Mas, na verdade, difunde argumentos de caráter pseudo-teológico. Isso, muitos crentes não percebem, e não conferem o texto profano com a Bíblia. 

 Um fato podemos constatar: a falta de conhecimento bíblico e teológico nas igrejas evangélicas da atualidade. Talvez esteja acontecendo com os alunos da Escola Bíblica Dominical o que aconteceu com “Mack”, o protagonista de “A Cabana” (p. 185): “Tinha as respostas certas algumas vezes, mas não conhecia vocês”.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Trilogia "O agente", de Jerry Jenkins



Mudando de foco, " O agente" aborda o tema apocalíptico de forma bem diferente. É claro que Jenkins esteve por trás de toda a série "Deixados para trás". Mas para quem lê os três livros da série "O agente", é notória a mudança de enfoque demonstrada.
Esta nova trilogia é bem diferente. Enquanto " Deixados..." é algo completamente contextualizado em cima do livro de Apocalipse, contendo uma interpretação particular sobre o que aconteceria nos últimos dias, "O agente" é um romance totalmente ficcional.
Num mundo pós-Terceira Guerra Mundial, as religiões são extintas. Paul Stepola, agente de uma fictícia OMP (Organização para a Manutenção pela Paz"), é chamado para uma célula de combate a "extremistas religiosos", graças a seus conhecimentos sobre Ciências da Religião. Durante os três livros, é narrado o envolvimento dele com na busca e combate a estas células.
Lógico que ao entrar contato com alguns acontecimentos estranhos e sem explicações, Paul começa a se questionar, terminando por se juntar aos "extremistas cristãos". É inevitável fazer um paralelo de sua vida com o de seu homônimo Paulo de Tarso, desde sua conversão em Atos até as cartas mandadas às Igrejas do Novo Testamento.
Bem, o que compensa é que a série vale muito como entretenimento. O ritmo das ações nos três livros combina momentos mais calmos com momentos ágeis e intensos de tirar o fôlego. Poderia até se tornar uma série as aventuras deste nouvel "agente secreto do Senhor...". Opa, desculpem, me empolguei. Mas valeu a pena!

domingo, 18 de novembro de 2012

Vitória final - O reino chegou, de Tim La Haye e Jerry Jenkins


 A vitória final



"Depois de 12 títulos lançados a série 'Deixados para Trás' finalmente chega ao fim. Nesta etapa final, os horrores da tribulação acabarão e Jesus Cristo consolidou o seu reinado na terra. Agora, a humanidade usufrui de um novo e perfeito com o Senhor e a própria terra está transformada. Os que não desejam se sujeitar a Cristo serão devotos de Lúcifer e irão conspirar contra o reinado santo no fim do milênio com um exército massivo. Quando Satã é liberto da prisão de mil anos, ele levanta seus seguidores para o último conflito entre o bem e o mal."

Antes de partirmos para a análise do último livro da pre-quel desta saga, acho interessante voltar-nos à sequência da série, denominada "Vitória final", que nos fala basicamente sobre o milênio e do que acontece, na visão dos autores, com a Terra durante o período do reino milenar de Jesus Cristo.

Bem, então façamos as contas: doze livros da saga cobrem sete anos de Tribulação, então algo como 1200 livros cobrirão mil anos de milênio, certo? Errado!

Este livro contém a mesma atemporalidade dos livros anteriores, haja vista que não segue uma sequência temporal definida - gasta algumas folhas no início do milênio, depois passa o livro inteiro falando sobre um momento definido próximo do primeiro século e voa no último capítulo até o momento da soltura de satanás, sua derrota, seu lançamento no lago de fogo e enxofre e o derradeiro Trono Branco.

Enfim, é livro que deve ser lido sem compromisso, ainda mais se considerarmos que se o Apocalipse é livro difícil de se interpretar, mais difícil ainda é "traduzir" apenas dez capítulos da Bíblia (basicamente as porções finais de Ezequiel, quando é descrita a restauração do templo de Deus, e Ap 21-22) para se formar uma ficção.

Se existe uma lição disso tudo, é lembrar que nosso Senhor é o mesmo ontem, hoje, sempre e para todo o sempre! Aleluia!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Tema do trimestre da EBD - Estudos do livro de Apocalipse





A paz do Senhor!

Desde outubro e indo até o fim do ano, a EBD está ministrando lições sobre o livro de Apocalipse.
Desta forma, aproveite e leia o que a sua biblioteca tem a te oferecer. Leia os livros disponíveis em nosso acervo e incremente seu estudo bíblico semanal!!!


  •  O apocalipse - desvendando os mistérios da revelação, de Delcyr de Souza Lima. Ed. Juerp;
  •  Manual de Escatologia, de J.Dwight Pentecost. Ed. Vida;
  •  Interpretações do Apocalipse - quatro pontos de vista, org. C Marvin Pate. Ed. Vida;
  • Escatologia do Novo Testamento, de Russell Shedd. Ed. Vida Nova;
  • A Bíblia e os eventos futuros- panorama da escatologia bíblica, de Leon J. Wood. Editora e Distribuidora Candeia.



domingo, 28 de outubro de 2012

O regime, de Tim LaHaye e Jerry Jenkins






Continuando com nossa série sobre ficções centradas no Apocalipse, será falado agora sobre a sequência de "O nascimento", "O regime", da série de pre-quels da saga "Deixados para trás".

"O regime" tem o mesmo desafio de todo segundo filme ou livro de qualquer trilogia: continuar a narrativa do primeiro título e ao mesmo tempo amarrar as pontas para o gran finale do terceiro. E quando o terceiro título fala justamente sobre o Arrebatamento, trata-se de um desafio e tanto.

O livro continua com os mesmos questionamentos do volume anterior. A cada momento vemos Deus se apresentando diante de nós de várias formas e simplesmente não prestamos atenção. "O céu manifesta a glória de Deus, e o firmamento proclama a obra das suas mãos." (Salmos 19.2). Pois a verdade está sempre lá e se manifestando: parentes aceitam a Cristo e se salvam, Espírio Santo dia-a-dia convencendo pessoas do pecado e do juízo, esposas desesperadamente pregando para seus maridos.

O fato é que o Senhor nunca desiste de nós, mesmo que o neguemos várias vezes, seja qual for a escolha que nós fizermos. Por causa de tanto ceticismo e escolhas erradas apresentados neste livro, alguns personagens importantes da saga (Rayford, Abdullah Smith), acabariam passando a Tribulação inteira sofrendo nas mãos do anticristo.

Anticristo que, por sinal, neste momento está crescendo em poder e em uma escalada assustadora de violência e ódio, em um curso perfeito para ser "o príncipe deste mundo", ajudado por um autoproclamado "fazedor de reis" que se junta à sua maléfica missão . Mas esperarámos algo diferente dele? "O diabo vem para matar, roubar e destruir" (João 10.10a)

Concito que você leia este livro assim como o anterior: como um diversão, mas não deixe de entrar um pouco na história para tentar tirar algo para sua vida. Talvez o Senhor esteja te chamando há muito tempo para aceitá-lo...e você todavia não o escuta...Não deixe para depois!

Antes de falarmos sobre o terceiro livro da pre-quel, é bom vermos como tudo termina. É pra isto que nosso próximo post será sobre "O milênio", o décimo-terceiro livro da série ou, como se preferirem a sequência dos doze livros da saga original. Até a próxima e postem suas opiniões!!!



sábado, 13 de outubro de 2012

O Nascimento, de Tim LaHaye e Jerry Jenkins







O que você faria se quisesses muito ter um filho e Deus simplesmente negasse seu pedido embora o diabo estivesse ávido em concedê-lo?

Você ousaria pouco a pouco, "deixar Cristo de lado" somente para aproveitar o máximo que sua vida secular pudesse te oferecer?

No início desta nova série de posts sobre ficções centradas no Apocalipse, falarei um pouco sobre o primeiro livro pre-quel da série "Deixados para trás". Para quem leu a série famosa de livros, é interessante saber como inicia toda a história que se prolongará pelos próximos volumes. Mas para quem não leu, talvez seja interessante começar desde agora.

Particularmente pra mim, que estou lendo a série, tudo passa meio batido e ao largo ao ler este volume. É, todavia, impossível deixar de perceber alguns pequenos detalhes, como as duas perguntas que iniciam este post e que permeam o destino de alguns personagens que se tornarão importantes na continuação da saga.

Em suma, é como se a todo momento aqueles personagens estivessem como os judeus diante de Moisés, a tão pouca distância da Terra Prometida, ouvindo claramente sobre as consequências de suas bênçãos e suas maldições em suas vidas...

Já li certas resenhas sobre este livro de que ele não é uma leitura para quem tem pouca fé. Há passagens até meio macabras, como a que fala da preparação para o nascimento de Nicolae Carpathia, o anticristo. (pronto, revelei!) Mas se trata sobretudo de um livro sobre escolhas para a bênção ou para a maldição a cada momento.

Enfim, aproveite a leitura, como um passatempo, um prazer, até mesmo um divertimento. Mas talvez pare para pensar em suas escolhas diárias após a leitura deste livro, como eu fiz.


No próximo post, falarei sobre a sequência deste livro e o segundo pre-quel de "Deixados para trás", intitulado "O Regime". Até a próxima!


sábado, 6 de outubro de 2012

Vamos ler?

A paz do Nosso Senhor Jesus!

A biblioteca volta a informar que estará aberta no horário das 18:00 às 18:45 nos domingos, para atendimento e empréstimo de livros.
Aproveite para curtir e conhecer cada vez mais a biblioteca de sua Igreja!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Ficções apocalípticas


 

Pelo termo "ficções apocalípticas", a primeira noção que se tem à mente é a daqueles filmes que passam no cinema que terminam quase sempre com a Terra semidestruída, grosso modo.
 
Apocalipse é algo que nos impacta muito, é verdade. A escatologia, ou seja, o estudo das últimas coisas, sempre chama a atenção de pessoas, cristãos e estudiosos, dando assunto para inúmeros títulos disponíveis no mercado cristão atual.
 
A nova série de resenhas sobre a qual começarei a falar com este post, "Ficções apocalípticas", se refere a ficções que tenham como pano de fundo os acontecimentos do fim, partindo dos momentos anteriores ao arrebatamento da Igreja até o fim dos tempos propriamente dito - Jesus reinando para sempre em novos céus e nova terra. Dentre eles, destaco a série de James Beauseigneur "O clone de Cristo", a trilogia de Jerry Jenkins "O agente" e a multissérie e talvez a mais longeva "Deixados pra trás", de Tim La Haye e do próprio Jenkins.
 
"Deixados para trás" é muito conhecida pelos cristãos. Ocupou o posto de mais vendido do jornal The New York Times por algumas semanas. Já inspirou cruzadas evangelísticas nos Estados Unidos, uma trilogia de filmes e durou nada mais nada menos que doze volumes, onde pessoas que não foram arrebatadas por Cristo passavam por diversas aventuras e perigos para defender sua fé em um mundo assolado pelo anticristo.
 
Para ler tudo isto de forma seguida é preciso concentração. É impossível não se envolver com os heróis da trama, torcer contra as forças do mal ou vibrar quando pessoas com a marca da besta sofrem com os Julgamentos das Taças da Ira de Deus. Mas cabe avisar que tomar tudo aquilo que está escrito como verdade bíblica absoluta é temerário, pois se trata apenas de uma interpretação livre e contextualizada do livro de Apocalipse. Em alguns momentos, por exemplo, diálogos são tirados letra por letra e palavra por palavra de passagens do Antigo e do Novo Testamento, exatamente para não sofrer as ameaças contidas em Ap 22.18b-19. 
 
A sequência de acontecimentos descrita na série pode facilitar um pouco o entendimento de um livro complexo e simbólico como Apocalipse, mas não passa de uma interpretação ficcional dos acontecimentos. Todavia, se isto não for um problema pra você, pode até ficar inspirado com algumas passagens.
 
Talvez inspirados pelo sucesso da série, LaHaye escreveu ainda quatro volumes adicionais: uma sequência de um volume chamada " A vitória final " sobre o reino milenar (sim, apenas um volume para cobrir 1000 anos, enquanto os doze anteriores cobriram sete anos de Tribulação), e três pre-quels cobrindo a história dos personagens principais antes de serem ou não arrebatados.

No próximo post, falarei sobre o primeiro volume da trilogia que antecede "Deixados para Trás", que se chama " O Nascimento". Até a próxima!!!

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Dostoiévski e a existência de Deus


"Não seria melhor que você lesse, com o máximo de sua atenção, a todas as cartas de São Paulo? Ali se fala muito da fé, e de forma mais precisa que em qualquer outro texto. Recomendo a você a leitura de toda a Bíblia traduzida para o russo. Esse livro provoca uma impressão memorável em que o lê. Ganha-se, ao menos, a convicção de que a humanidade não possui, nem pode possuir, outro livro de igual importância."

Dostoiévski é, reconhecidamente, um dos maiores escritores de todos os tempos. Embora seja conhecido como autor de romances, Dostoiésvki dedicou boa parte de seu tempo escrevendo textos jornalísticos e de crítica social. Nos últimos anos de sua carreira, ele publicou com recursos próprios um períodico denominado "Diário de um escritor", onde pôde expor francamente suas opiniões sobre uma vasta gama de assuntos. Um dos resultados desse empreendimento foi uma grande quantidade de correspondências trocadas entre o escritor e seus leitores. Estes expunham a ele todo tipo de problemas e pediam sua opinião. Mães escreviam pedindo dicas sobre como criar os seus filhos; jovens procuravam saber como se tornar um escritor; e não raramente pessoas pergutavam-lhe sobre Deus.

A carta transcrita abaixo é um exemplo desse último tipo de correspondência. Dostoiévski interage com o leitor apresentando algumas razões pela quais ele mesmo acredita em Deus, mas adverte que "é pouco provável que por palavras e argumentos seja possível convencer um descrente" e recomenda a leitura da Bíblia.

Dostoiévski adere a uma forma do argumento moral para a existência de Deus. E também afirma que - ao menos intuitivamente - a própria pergunta sobre Deus e a imortalidade pode servir de indício para o teísmo, assunto tratado por Pannenberg em A pergunta sobre Deus, que resenhamos em um outro post.
 
"LXXIV. Carta a Nikolai Lukitch Ozmidov
Fevereiro de 1878.

Meu querido Nikolai Lukitch,

Deixe-me, antes de tudo, pedir perdão por minha demora em responder à sua carta, fruto de minha doença e de outros tantos contratempos. Em segundo lugar, o que posso dizer em resposta às suas perguntas, que remetem aos eternos problemas da humanidade? Será possível alguém tratar de tais questões no estreito escopo de uma carta? Se eu pudesse conversar consigo por algumas horas, seria diferente; e mesmo então eu iria falhar na tentativa de responder suas perguntas. É pouco provável que por palavras e argumentos seja possível convencer um descrente. Não seria melhor que você lesse, com o máximo de sua atenção, a todas as cartas de São Paulo? Ali se fala muito da fé, e de forma mais precisa que em qualquer outro texto. Recomendo a você a leitura de toda a Bíblia traduzida para o russo. Esse livro provoca uma impressão memorável em que o lê. Ganha-se, ao menos, a convicção de que a humanidade não possui, nem pode possuir, outro livro de igual importância. Isso é algo alheio à questão de acreditares ou não. Não posso lhe dar nenhum tipo de ideia, mas digo apenas isso: cada organismo existe no mundo com um único objetivo - viver, e não aniquilar-se. A ciência deixou isso claro e compilou diversas leis sobre as quais se prova tal axioma. A humanidade como um todo é, naturalmente, não menos que um organismo. E tal organismo tem suas próprias condições de existência, suas próprias leis. A razão humana compreende essas leis. Agora, suponhamos que não exista Deus, tampouco a imortalidade (a imortalidade e Deus são um e o mesmo - uma ideia idêntica). Diga-me, então: por que eu deverei viver decentemente e praticar o bem, se eu irei definitivamente morrer aqui? Se não há imortalidade, não preciso viver a não ser para aquele dia, e deixo o resto para depois. E se é essa a realidade (e se sou esperto o bastante para não ser pego pelas lei vigentes), por que não devo matar, roubar, furtar, ou viver à custa de outro ser humano? Pois se vou morrer e tudo o mais também desaparecerá! Seguindo por esse caminho, pode-se chegar à conclusão de que o organismo humano por si só não é sujeito à lei universal, já que ele vive, mas destrói a si mesmo - não se preocupa em manter-se vivo. Que espécie de sociedade é essa, na qual os seus membros são mutuamente hostis? Apenas a mais completa confusão pode surgir de algo assim. E isso se reflete no meu eu, que pode absorver tudo isso. Se meu eu pode captar a ideia do universo e de suas leis, então esse eu posiciona-se sobre todas as outras coisas, julgando-as, desvendando-as. Nesse caso, o eu não só é libertado dos axiomas terrenos, das leis terrenas, mas tem sua própria lei, a qual transcende o que é terreno. Mas, de onde advém tal lei? Certamente não vem da terra, onde tudo morre e desaparece sem deixar vestígios. Não será isso um sinal da imortalidade humana? Se não houvesse a imortalidade, Nikolai Lukitch, estaria você preocupado com isso, buscando uma resposta, escrevendo cartas como a sua? logo, você não pode se livrar do seu eu; seu eu não irá submetê-lo a condições terrenas, mas sim buscar algo que transcenda o terreno, ao qual seu eu sinta pertencer. Mas o que quer que eu escreva será pouco.


Deixo meus cumprimentos sinceros. Mantenha-se em sua incansável busca, pois pode ser que encontre suas respostas.

Seu servo e amigo verdadeiro,

F. Dostoiévski."

Extraído de DOSTOIÉVSKI, Fiódor. Dostoiévski: correspondências 1836-1880. Tradução de Robertson Frizero, Porto Alegre: 8inverso, 2011, p. 209-210

domingo, 2 de setembro de 2012

Novo horário de atendimento na biblioteca

A paz do Nosso Senhor Jesus!

A biblioteca informa que, a partir deste domingo, dia 02 de setembro, estará aberta no horário das 18:00 às 18:45 nos domingos, para atendimento e empréstimo de livros.
Aproveite para curtir e conhecer cada vez mais a biblioteca de sua Igreja!

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Em questão: Freud e C. S. Lewis

De Gabriele Greggersen para Ultimato
 
O livro Deus em Questão, de Armand Nicholi, tem por objetivo apresentar os argumentos de um ateu e de um cristão sobre os mesmos assuntos: Deus, amor e sexo. O que a maioria dos leitores não sabia é que apesar da considerável diferença de idade (42 anos), eles tinham muito em comum:
 
As experiências de infância de Freud e Lewis revelam um paralelismo considerável. Tanto Freud quanto Lewis, quando meninos, tinham dons intelectuais que permitiam antever o profundo impacto que eles provocariam como adultos. Ambos sofreram perdas significativas nos primeiros anos de vida. Ambos tinham um relacionamento difícil, cheio de conflitos com os seus pais. Ambos foram instruídos desde cedo na fé da sua família e registraram uma aceitação nominal daquela fé. Ambos rejeitaram o sistema de fé anterior e se tornaram ateus na adolescência. Ambos leram autores que os persuadiram a rejeitar as crenças nominais da infância. Freud foi fortemente influenciado por Feuerbach e os muitos cientistas que ele estudou quando estudante de medicina e Lewis, pelos seus professores, que lhe davam a impressão de que “as ideias religiosas não passavam de ilusão... uma espécie de absurdo endêmico”. Lewis, entretanto, acabou rejeitando o ateísmo e abraçou a mesma visão que um dia havia considerado absurda. Como ele explicaria essa mudança drástica? O que levou Freud a continuar rejeitando a rica herança espiritual da sua família e permanecer ateu? (NICHOLI, 2005, p. 42-43)
 
Na primeira parte do livro, Nicholi analisa o percurso dos dois protagonistas, chamando a atenção sobre as suas experiências com a religião na infância, ambas negativas, mas com resultados contrastantes: uma adesão ao ateísmo materialista e uma conversão ao cristianismo após os 30 anos de idade. Lewis tendo sido influenciado fortemente na sua posição de ateu por Freud utiliza em parte os argumentos dele como base para apresentar as respostas alternativas do cristianismo. Os dois posicionamentos contrastam na prática principalmente face à morte de entes queridos e da própria morte. Enquanto Freud demonstra um medo e até pavor diante dela, Lewis demonstra uma serenidade sobrepujante ao período de “lamentações” da perda (conferir “Anatomia de uma Dor”).
 
Descobrimos ainda o celibato que Freud decidiu adotar nas últimas décadas de sua vida com sua esposa, que torna difícil entender como foi que ele se tornou o fetiche da liberalização sexual nas sociedades ocidentais; além de seu pedido ao seu médico, de que praticasse a eutanásia, quando ele ficou sabendo que seu câncer era terminal.
 
O primeiro ponto em que Lewis e Freud discordam teoricamente é a questão da criação do universo: se há ou não uma inteligência para além da natureza. Freud tinha uma visão naturalista, enquanto Lewis redefine o próprio conceito de “natureza”, inscrevendo-o no contexto maior da criação, visão essa que herda da leitura e estudo dos grandes clássicos cristãos da Idade Média. Nessa perspectiva criacionista, a natureza admite a possibilidade do sobrenatural, sem, com isso, necessariamente negar a ciência.
 
Outra questão muito importante é a moral: o que define as nossas atitudes, uma convenção social ou uma “lei” moral? Freud acreditava que as sociedades, para o bom convívio, tinham que se submeter a uma “ditadura da razão” (2005, p. 73), e confessou ao seu amigo, pastor Pfister, que não se preocupava muito com o certo e errado (FREUD, apud NICHOLI, 2005, p. 73). Já Lewis, depois de sua conversão, passou a crer que a moral segue leis parecidas com as leis da matemática: todos nós sabemos em linhas gerais o que é certo e errado, porque elas estão inscritas na nossa natureza. Um dos grandes dilemas da humanidade, que é um dos motivos para a nossa angústia, é que sabemos o que é certo fazer, mas não conseguimos praticar o certo o tempo todo.
 
O tema da “realidade” é outro assunto importante do livro. Quando em “O Futuro de uma Ilusão” Freud fala com orgulho do filho que rejeita os contos de fada, Lewis diria que o filho estava adotando uma postura demasiadamente “adulta” para a sua idade e que muitos “adultos” podem aprender com o tipo de realismo que se encontra subjacente ao mundo das fadas. E nisso ele é completamente chestertoniano. Em uma de suas obras-primas, “Ortodoxia”, no capítulo dedicado aos contos de fada, Chesterton afirma: “O país das fadas nada mais é do que o país ensolarado do bom-senso”. (CHESTERTON, 2007, p. 82).1
 
Nicholi deixa clara a importância que Chesterton teve no processo de conversão de Lewis para o cristianismo, que Freud veria como fenômeno patológico e como cada vez mais profissionais da área reconhecem experiências espirituais como fenômenos não ligados a neuroses. Lewis também acreditava, ao contrário de Freud, que, se temos “desejos reprimidos”, isso aponta para a alguma realidade concreta. Não podemos simplesmente “inventar” anseios do nada, nem mesmo a partir de algum mito presente no inconsciente coletivo. Se temos desejo por coisas espirituais e por um Deus, ele deve existir concretamente. Toda a concepção de Lewis em relação à ilusão, à ficção e ao imaginário é diferente da de Freud em seus pressupostos e suas implicações. O pressuposto para Lewis é um mundo criado por um Ser Infinito que imprimiu a sua imagem no homem e essa impressão, essa imagem, faz com que ele sinta saudade ou um “longing”, um anseio, por seu Criador. Para Freud, não há essa figura do criador, o mundo veio do nada e o desejo pelo infinito e por coisas espirituais residem em um enorme ludibrio coletivo. Enquanto para um as coisas espirituais e de imaginação apontam para Deus, para outro elas apontam para uma doença crônica e coletiva. Em Lewis a imaginação, que assume uma dimensão tão positiva, quanto à própria ilusão e a culpa, que longe de ser uma neurose, como em Freud, apontam para a verdade da queda e limitação do homem.
 
Lewis afirma que crê em Deus, não como uma fantasia ou pura e simples imaginação, mas como “crê no sol, que não pode encarar diretamente, mas por meio do qual ele consegue ver e reconhecer todas as demais coisas”.
 
Ele também acreditava que “fazer de conta”, expressão usada por Freud para se referir à hipocrisia que muitas vezes envolve a religião, faz parte da natureza humana e que imitar é um dos comportamentos mais naturais do homem, precisamente porque ele foi criado como uma “imitação de Deus”. Acontece que no cristianismo o faz-de-conta acaba se tornando em realidade. Isso se mostra na história, citada em “Cristianismo Puro e Simples”, do rei que, por ser feio, passou a usar uma máscara para não assustar os seus súditos, e quando ele resolve retirá-la a assumir o seu rosto, qual não foi sua surpresa, quando viu que o rosto havia assumido a forma da máscara.
 
Nota:
1. Como foi bem observado por Nicholi, Lewis também deve a outro clássico de Chesterton, “O Homem Eterno”, suas convicções cristãs.
 
Referências:
CHESTERTON, G.K. Ortodoxia. São Paulo: Mundo Cristão, 2007.
FREUD, Sigmund. O Futuro de Uma Ilusão, O Mal-Estar na Civilização e Outros Trabalhos (1927-1931) Rio de Janeiro: Imago, 1974. (Edição Standard Brasileira de Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v XXI). Disponível aqui. Acesso 16 Ago. 2012.
NICHOLI Armand. Deus em Questão: C.S. Lewis e Sigmund Freud debatem Deus, amor, sexo e o sentido da vida. Trad. Gabriele Greggersen. Viçosa: Ultimato, 2005.

domingo, 5 de agosto de 2012

Breve Antologia da Poesia Cristã Universal




Em 2008, trouxemos a lume a Antologia de Poesia Cristã em Língua Portuguesa, reunindo textos de 80 poetas do Brasil, Portugal e África lusófona, de Camões aos dias atuais. Já naquele momento, durante minhas pesquisas, ficou patente tanto a inexplicável lacuna bibliográfica, a ausência de obras correlatas em nossa literatura, como também a necessidade de empreender, além da referida antologia lusófona, trabalho ainda mais desafiador e necessário: uma Antologia da Poesia Cristã Universal, compilando dessa vez o melhor da poesia cristã de todo o mundo. Mas confesso que fui adiando e adiando tal empresa, por sabê-la demorada e demandar um esforço terrível, hercúleo. Mas ao iniciarmos o ano de 2012, senti enfim que era tempo, e mergulhei de corpo e alma no trabalho, voltando a ser frequentador habitué da Biblioteca Nacional e do Real Gabinete Português de Leitura, adquirindo livros, ‘desossando’ sites e blogs literários de toda a internet...

O resultado do trabalho está aqui: as 235 páginas deste livro congregam textos de 110 autores, nomes capitais de suas literaturas nacionais. Pode-se dizer, grosso modo, que este livro inicia-se em Aurélio Prudêncio, primeiro grande poeta da cristandade, indo até Ernesto Cardenal, talvez o mais importante poeta vivo da Latinoamérica. Os textos avançam desde os primórdios da poesia cristã latina, passando por versos de pais da igreja, das três maiores epopeias cristãs (A Divina Comédia, a Jerusalém Libertada e o Paraíso Perdido), e indo a períodos em que a poesia do cristianismo atingiu alguns de seus ápices, como por exemplo durante o Siglo de Oro espanhol, com os metafísicos ingleses, e na poesia cristã francesa do século XX.

Ao proceder à leitura, você talvez diga que este livro bem que merecia uma edição impressa – sim, concordo com você, leitor, e com meus amigos que tomaram conhecimento deste projeto - mas merece ainda mais ser compartilhado com quantos for possível, da melhor, mais simples e mais rápida maneira possível, como a própria Boa-Nova de Cristo deve ser compartilhada. E assim o faço, publicando este livro gratuitamente na internet, pois acredito piamente em algo: conhecimento é conhecimento compartilhado. O mais é egoísmo e cabala. Depois pode-se tentar ou não uma edição impressa, para contemplar aqueles ainda muitos que não tem acesso, entendimento ou mesmo prazer em ler em computadores e dispositivos móveis. Mas o principal está feito, o livro está publicado, e espero que uma pequena, mas antiga e significativa lacuna em nossa bibliografia - seja no tocante especificamente à literatura cristã, mas também e de uma maneira ampla para todo o estudo da literatura em si - seja sanada com esta humilde obra, de infelizmente tão poucos paralelos. E que ela possa vir a inspirar autor mais capacitado a encetar obra mais prolífica e abrangente, para enriquecimento da literatura cristã em nossa língua, pois como se diz no livro de Josué 13:1, “...e ainda muita terra ficou por ser conquistada”, e os dois mil anos de cristianismo trouxeram a lume muito, mas muito mais tesouros do que estas singulares joias que vão aqui coligidas.

E que você possa, amado leitor, além de desfrutar da leitura deste livro, compartilhá-lo livremente com seus amigos, leitores e contatos.

Ao Senhor seja dada toda a glória.

Sammis Reachers

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*Caso tenha dificuldade em fazer o download, solicite-me o envio por e-mail: sammisreachers@ig.com.br


Listagem dos autores antologiados, por ordem de entrada:
Gregório de Nazianzo (o Teólogo) - Aurélio Prudêncio - Agostinho de Hipona - Ávito (Aventino) - Agatias Escolástico - Gregório de Narek - Francisco de Assis - Gertrudes de Helfta - Dante Alighieri - Francesco Petrarca - John Lydgate - Michelangelo Buonarroti - Martinho Lutero - Vittoria Collona - Teresa de Ávila ou Teresa de Jesus - Pierre de Ronsard - Frei Luis de León - Baltazar de Alcázar - Francisco de Aldana - João da Cruz - Torquato Tasso - Miguel de Cervantes - Agrippa d’Aubigné - Balassi Bálint - François Malherbe - Luis de Góngora - Lope de Vega - John Donne - Francisco de Quevedo - Francisco López de Zárate - Juan de Tassis - Pedro Soto de Rojas - Dirk Rafaelsz Camphuysen - George Herbert - Francis Quarles - Autor espanhol desconhecido - Calderón de la Barca - Gabriel Bocángel - Pierre Corneille - Paul Gerhardt - John Milton - Richard Crashaw - Andreas Gryphius - Henry Vaughan – Moliére - Jean Racine - Edward Taylor - Madame Guyon - John e Charles Wesley - Thomas Gray - Mathias Claudius – Goethe - William Blake - Friedrich Holderlin - Juan Nicasio Gallego - Achim Von Arnim - Marceline Desbordes-Valmore - Ludwig Uhland - Lorde Byron - Friedrich Rückert - Alphonse de Lamartine - Theodor Körner - Alfred de Vigny - Heinrich Heine - Aleksandr Pushkin - Vítor Hugo - Eduard Mörike - Elizabeth Barret Browning - Henry Wadsworth Longfellow - Giuseppe Giusti - Emily Dickinson - Paul Heyse - José-Maria de Heredia - Gerard Manley Hopkins - Paul Verlaine - Erik Axel Karlfeldt - Miguel de Unamuno - Paul Claudel - W. B. Yeats - Silvano do Monte Athos - Rubén Darío - Francis Jammes - Amado Nervo - Charles Péguy - Gertrud Von Le Fort - Oscar Lubcz Milosz - Juan Ramón Jiménez - Jules Supervielle - D. H. Lawrence - Joyce Kilmer - Pierre Jean Jouve - T.S. Eliot - Gabriela Mistral - Ugo Betti - César Vallejo - Jorge Guillén - Lucian Blaga - Marià Manent - Dietrich Bonhoeffer - W. H. Auden - Leopoldo Panero - Luis Rosales – Melissanthi - Czeslaw Milosz - Francisco Matos Paoli - Denise Levertov - Carlos Bousoño - Jaime García Terrés - Ernesto Cardenal - Maria Victoria Atencia

terça-feira, 10 de julho de 2012

A primeira resenha - "O homem eterno"


Bem, desde quando comecei a ser voluntário na Biblioteca há menos de um ano, tenho ficado empolgado com a quantidade de livros e filmes disponíveis. Foi me dado o desafio de se fazer uma resenha de um de seus livros. Espero que apreciem!


 

O homem eterno
Gilberth Keith CHESTERTON
Tradução de Almiro Pisetta
Editora: Mundo Cristão (2010)

 “Com sua prosa peculiar e seu humor britânico certeiro, Chesterton delicia o leitor com seu raciocínio envolvente e provocativo.” É desta forma, descrita em sua quarta capa, que Chesterton conduz o livro. Trata-se de uma viagem, sobretudo pela história do cristianismo, desde os primórdios, mas de forma tão sutil que o leitor não se dá conta disso.

O livro é assim dividido em duas partes. A primeira, chamada “Da criatura chamada homem”, o autor de certa forma analisa toda a história da civilização nos anos antes de Cristo, enfatizando a maneira de o homem buscar a Deus de forma errática, por meio de deuses pagãos, feiticeiros, demônios e criaturas variadas. Analisa especialmente as consequências deste relacionamento à história do homem e à queda de impérios.

A segunda parte, “Do homem chamado Cristo”, enfatiza como o nascimento de Jesus foi um momento único na história da humanidade em todos os pontos de vista. Enfatiza como o Verbo encarnado, o Príncipe da Paz é algo tão singular a ponto de não ter se igualado a qualquer outra divindade, a qualquer outro acontecimento no mundo. E principalmente enfatiza como sua morte e ressurreição foram tão maravilhosas a ponto de o mundo antigo de buscas erráticas do homem ter morrido e um novo mundo de reconciliação com Deus ter se iniciado.

“No terceiro dia, os amigos de Cristo vieram para o local ao romper da manhã e encontraram o túmulo vazio e a pedra removida. De várias formas eles perceberam a nova maravilha, mas até mesmo eles mal se deram conta de que o mundo havia morrido naquela noite. O que estavam contemplando era o primeiro dia de uma nova criação, com um novo céu e uma nova terra e sob as aparências do jardineiro Deus novamente caminhava pelo jardim, no frio não da noite e sim da madrugada”.

O primeiro post



 A paz do Senhor!!

A partir de hoje, estrei também postando neste blog algumas das novidades da Biblioteca aqui neste espaço, juntamente com os outros editores do blog.
Espero que apreciem as matérias aqui postadas.

Giuseppe Miceli Junior